terça-feira, 26 de janeiro de 2016

__"Desenredo" (Boca Livre & Roberta Sá)



      "Por toda terra que passo me espanta tudo que vejo, a morte tece seu fio de vida feita ao avesso, o olhar que prende anda solto, o olhar que solta anda preso, mas quando chego eu me enredo nas tramas do teu desejo. O mundo todo marcado a ferro, fogo e desprezo, a vida é o fio do tempo, a morte é o fim do novelo, o olhar que assusta anda morto, o olhar que avisa anda aceso, mas quando eu chego eu me perco nas tramas do teu segredo. A cera da vela queimando, o homem fazendo seu preço, a morte que a vida anda armando, a vida que a morte anda tendo, o olhar mais fraco anda afoito, o olhar mais forte, indefeso, mas quando eu chego eu me enrosco nas cordas do teu cabelo."

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